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Matéria publicada em 03/2017

Proximidade entre indústria e startups é diferencial no Vale da Eletrônica

Associação Brasileira da Indústria Elétrica Eletrônica

 

O Vale da Eletrônica, em Santa Rita do Sapucaí (MG), conta hoje com mais de 150 empresas de base tecnológica, com foco em eletroeletrônicos e tecnologia da informação, em sua maioria indústrias. O nome, Vale da Eletrônica, cunhado na década de 80, ajudou a projetar o ecossistema de empreendedorismo que começou a se formar na cidade a partir da criação da primeira escola de eletrônica da América Latina, a ETE FMC (Escola Técnica de Eletrônica Francisco Moreira da Costa), na década de 50, e, posteriormente, do Inatel, Instituto Nacional de Telecomunicações, na década de 60.

Seguindo a evolução natural dos principais ecossistemas empreendedores em tecnologia do mundo, o Vale da Eletrônica vai hoje muito além das indústrias e acabou se tornando também um polo de startups, em referência a empresas iniciantes com produtos inovadores à procura de um modelo de negócios repetível e em escala, trabalhando em condições de extrema incerteza. São inúmeros os programas que buscam potencializar este tipo de empreendimento inovador, principalmente nas três incubadoras de empresa localizadas na cidade de Santa Rita.

Neste cenário, o histórico industrial do Vale da Eletrônica tem feito a diferença em dois sentidos: na proliferação de startups de hardware, e não apenas de serviços digitais como na maioria dos polos brasileiros, e, principalmente, no intercâmbio entre startups e a indústria. Para Marília Bontempo, fundadora da startup Spark Telecom, que atua com internet das coisas, "A startup representa para o mercado nacional um novo formato de desenvolvimento ágil de inovação.

Ao lado das startups se encontra a indústria corrente, dotada de uma infraestrutura física e pessoal já consolidada para permitir o desenvolvimento. Ambas, startup e indústria, são complementares. Quando separadas, enfrentam dificuldades distintas”. Segundo Antônio Cláudio Oliveira, Diretor de Negócios da Leucotron Telecom, empresa do Vale da Eletrônica com mais de 30 anos de mercado, esta aproximação entre os dois mundos, promove ganhos em via dupla. “Por um lado a indústria passa a ter acesso a soluções inovadoras, especialidade das startups. Por outro, a indústria possibilita às startups o que elas mais precisam: acesso ao mercado”, completa o executivo.

Essa aproximação, no entanto, não é exclusividade do polo sul mineiro. A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), por exemplo, lançou em 2016 o Programa Nacional Conexão Startup Indústria. “No Vale da Eletrônica, o que muda é que isso já é realidade há muito tempo. Ocorre naturalmente e de forma intensa”, conta João Rubens Costa, community manager do Google Developers Group Vale da Eletrônica. “Nos principais ecossistemas de startups, diversas formas de aproximação vêm acontecendo: eventos, hackathons, concursos, programas de intercâmbio. Mas o que tem ocorrido no Vale da Eletrônica vai além. Por ser uma cidade de pequeno porte, apenas 40 mil habitantes, todo mundo se conhece, além de existir uma cultura forte de compartilhar ideias. Temos os programas bem estruturados, mas é comum ver empresários das indústrias mais tradicionais mentorando startups da cidade e também vice-versa. Tudo isso até mesmo em mesas de bares, com grandes negócios surgindo dessas parcerias”, afirma o jovem executivo.

Para Valéria Celloto, head de RH da Leucotron Telecom, estar em contato com a cultura startup e absorver isso para negócios considerados mais tradicionais pode fazer uma enorme diferença. ”As startups tem espírito jovem e inovador. O contato intenso com essas novas empresas contagia, o que se transforma rapidamente em inspiração para resultados”, afirma a executiva.

O Empreendedor Marcos David, da startup Dágora e community manager do Startup Hub Vale da Eletrônica, conta que as parcerias podem ocorrer das mais diversas formas. “As incubadoras, como a do Inatel, onde estamos, têm ajudado nessas conexões com mentorias, palestras, visitas e programas. Além disso, outros grupos, como o Startup Hub e o Hack Town, vêm promovendo também happy hours e outras formas de criar laços entre os dois mundos”, ressalta. “As parcerias entre os dois mundos vão desde troca de conhecimento até negócios fundamentados, como novos produtos e, em alguns casos, chegam até a investimentos das empresas nas startups. Isso tem sido um enorme diferencial do ecossistema de Santa Rita”, finaliza.

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